Surgido no Brasil com a diáspora dos povos africanos, o samba se tornou expressão musical, coreográfica e festiva da cultura brasileira. É responsável pela constituição de diferentes territórios culturais, estéticas e variação rítmica, chegando a todo país, e assumindo uma parte significativa do DNA da cultura Baiana.
O samba foi ao longo do tempo ganhando novos compassos acompanhamentos, todos com características próprias, umas mais urbanas, outras rurais, algumas muito características de algumas regiões do país.
A Bahia território mais negro do Brasil tornou-se um dos maiores berços dos sambas, em todos os cantos do estado é possível encontrar o estilo mais popular do país nas mais variadas vertentes desde o samba de roda Urbano , passando por manifestações como a umbigada, Samba Chula entre tantos outros. Segundo o maestro Letieres Leite, “a clave (a Cabila ou Cabula) do samba está no DNA de Salvador”. As pessoas tocam e ouvem samba e suas variações mais modernas, como o pagode, em toda cidade. Mesmo por que é uma variação do cabila, que vai dar origem ao samba reggae, que vai construí o axé music.
Assim, o samba é ao mesmo tempo transgressor, por que apropriou e ressignificou tudo que tocava (maxixe, jongo e lundu) à época como música popular; e ancestral, pois apesar de todas as variações (chula, duro, breque, canção...) consegue preservar sua clave originária. Uma dessas vertentes do samba na Bahia é o Samba Junino, cabe registrar que o “Samba junino” é uma manifestação exclusiva da cidade do Salvador. Esse estilo fincou raízes nos bairros populares da cidade.
Ganhou esse nome pois seus praticantes faziam suas festas nos dias 23 e 24 de junho, saindo pela vizinhança tocando, entoando cantigas populares, fazendo paradas nas casas dos vizinhos e amigos, onde lhes eram oferecidos, quitutes e bebidas típicas do São João e que também temos o samba junino no Pelourinho. Os grupos eram formados por Músicos e moradores, puxadores que seguiam acompanhados de suas famílias todos vestidos com chapéu de palha, camisas quadriculadas e calças “remendadas” com retalhos, essa tradição foi sendo passada de geração a geração. O Samba Junino sempre foi uma celebração cantadas por letras de domínio público, conhecidas por várias gerações, tocadas no chão, respondida em coro uníssono e itinerante, ligando moradores de um bairro ao outro. É comum você visitar o samba “de”. Apesar de ser chamado de Samba Junino ele está presente o ano inteiro. Em todas as festas populares, desde a festa de Nosso Senhor do Navegantes até o Natal, a todo momento na cidade pode-se escutar os batuques contagiantes desse samba. No carnaval há blocos tradicionais do mais legítimo Samba Junino.
SAMBA DE RODA URBANO
SAMBA JUNINO 2022
CONFIRA O MELHOR SÃO JOÃO,
COM O MELHOR SAMBA JUNINO!
50 Anos de Samba Junino na Cidade de Salvador
Como Patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, conforme indica a Constituição Federal no seu art. 216 o Samba Junino uma expressão cultural afro-brasileira genuína da Cidade do Salvador, surgida em torno dos terreiros de candomblé e das matrizes referenciais do samba de caboclo e do samba de roda musicalidade singular feita primordialmente pelo toque de instrumentos percussivos - Timbal, tamborim e surdo, além de outros inseridos à manifestação ao longo do tempo, que faz o Samba Junino ser caracterizado por uma sonoridade mais acelerada, corrida e marcada, denominada de Samba Duro, bem como Samba Urbano junino .